Reproduzo o texto do blog cidadania.
O Brasil é um país cujas instituições não estão à altura de seu estágio de desenvolvimento econômico e social. Entre as tantas anomalias nos diversos poderes da República, aproveitando o gancho do ano eleitoral quero destacar a mais acintosa, o poder que a mídia ainda detém sobre o Poder Judiciário.
Sob pressão ou por medo das grandes empresas de comunicação de massa, Poder Judiciário, Ministério Público e Justiça Eleitoral se agacham.
O Ministério Público fecha os olhos para promoção de alarmismo midiático que mata pessoas e convulsiona a Saúde pública e a Justiça Eleitoral multa o presidente da República por “campanha eleitoral” antecipada enquanto ignora a escandalosa e multimilionária propaganda política do governo de São Paulo nas tevês e nas rádios.
O leitor que não é de São Paulo não pode imaginar o tamanho da campanha auto-promocional que o candidato tucano a presidente, José Serra, começou por aqui antes de deixar o cargo de governador e que continua a todo vapor.
O dia inteiro, de segunda a segunda, em todas as rádios e televisões, a cada intervalo comercial é martelada uma campanha publicitária dizendo que “São Paulo é um Estado cada vez melhor” a uma população que vê a violência explodir, a Educação pública ser reprovada a cada certame nacional e internacional, a Saúde permanecer caótica...
Em nenhum momento, antes deste ano, vi uma campanha assim de governo nenhum. É um massacre publicitário de proporções faraônicas. Enquanto isso, a oposição petista não vai ao Judiciário – que precisa ser provocado – e o Ministério Público faz de conta que não vê, porque sabem que a retaliação midiática virá forte, concentrada nas pessoas que tomarem uma atitude.
Eis um excelente tema para a imprensa alternativa explorar. Quais as bases legais para uma campanha publicitária tão dispendiosa e massificada em um ano eleitoral? Qual é o valor exato dessa gastança promocional, com dinheiro público, de um candidato a presidente? Que parcela dos paulistas sabe quanto o governo do Estado está gastando do dinheiro do contribuinte com essa propaganda política descarada?
Para o cidadão comum, é difícil obter esses dados. A publicidade do governo do Estado é uma caixa-preta.
Não há, por exemplo, como saber quanto estão custando essas peças cinematográficas exaltando o governo Serra/Goldman e o PSDB nas tevês e nas rádios de uma forma revoltante, pois não se consegue ouvir ou assistir nada por mais de 15 minutos sem ser bombardeado com os jingles tucanos e com imagens fajutas de uma situação do Estado que simplesmente não existe.
O Ministério Público e a oposição petista não tomam atitude. E eu, contribuinte de São Paulo, tenho que pagar para uma facção política que desaprovo mentir descaradamente o dia inteiro, sete dias por semana, trinta dias por mês nas tevês e rádios a que estes olhos e ouvidos indignados estiverem expostos.
Texto de Eduardo Guimarães
http://edu.guim.blog.uol.com.br/
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