sábado, 17 de dezembro de 2011

Mensagem de Sua Excelência o Senhor Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, do Supremo Tribunal Federal, aos formandos em Direito do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF/2011.

Mensagem de Sua Excelência o Senhor Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, do Supremo Tribunal Federal, aos formandos em Direito do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF/2011.


Brasília, 14 de dezembro de 2011.


Caros bacharéis,

Dou-lhes as boas-vindas à seara do Direito! É com imensa alegria que testemunho a entrada, no mundo jurídico, de geração que haverá de empenhar-se pela consolidação do cenário político-institucional, a fim de contribuir para a construção de uma sociedade cuja marca distintiva seja a solidariedade.

A tarefa exigirá sacrifício, determinação e constante aprimoramento pessoal e profissional, mas trará como fruto a consolidação da democracia brasileira. Se o todo é formado de partes, a ação, ou omissão, de cada um gera consequências, atinge os demais. Assim, conclamo-os a uma postura, como bacharéis em Direito e como cidadãos, em prol de grandioso futuro para o País. 

Vivemos um tempo em que prevalece o individualismo. A preocupação com o coletivo tem sido sistematicamente colocada em segundo plano, ultrapassada pela busca da promoção pessoal. Até as escolhas profissionais passaram a ser feitas em razão do rendimento financeiro que se pretende auferir, porque o sucesso parece ser medido pelos bens materiais amealhados.

Passem ao largo dessa prática, afastem-se de comportamentos que reduzam a capacidade intelectual a mero elemento necessário a saciar incontrolável fome consumista. Não sejam derrotados pela vaidade! Não se deixem levar pela mediocridade!

A colação de grau abre enorme leque de possibilidades aos bacharéis em Direito. Sigam o caminho que lhes cale fundo na alma! A atuação profissional deve ser vocacionada, deve encontrar eco nos ideais que lhes aquecem o coração.

Digo que, se minha motivação fosse financeira, não haveria optado pela magistratura, ou dela já estaria afastado, pois completei, há muito, o tempo indispensável à aposentadoria. Propostas não faltaram, mas move-me algo maior, o sagrado ofício de realizar a prestação jurisdicional, ao qual, como um sacerdócio, tenho-me dedicado de corpo e mente por 33 anos.

Abro aqui um parêntesis. Nesses anos devotados à magistratura, vi a consolidação do direito positivo e o fortalecimento da democracia nacional. É notório o reconhecimento dado pela comunidade internacional ao Brasil, o que decorre não só da estabilização da economia, como também da independência da atuação do Poder Judiciário brasileiro, pois não existe democracia sem Poder Judiciário independente! Para confirmação, basta que façam pequeno exercício mental: imaginem um país, qualquer um, e respondam se gostariam de ter uma causa julgada pelo respectivo Judiciário...

É abominável a interferência externa no Judiciário! É covarde a campanha midiática difamatória. É incompreensível a tentativa de transformar Juízos e Tribunais em fábricas de decisões, avaliando-se a prestação jurisdicional pelo fator quantitativo, concedendo-se certificados a quem liberar maior número de decisões, sem que se verifique a efetiva qualidade da produção, nem sempre implementada pelo detentor do cargo!

O ato de julgar mostra-se intransferível. A atividade judicante não pode ser tarifada. Cada processo exige empenho e dedicação, considerado o conflito de interesses que dele decorre e de cuja solução dependerá o restabelecimento da paz social.       

Volto a insistir: a celeridade na tramitação processual deve ser buscada no campo legislativo, a fim de viabilizar a redução das sinuosas curvas que tornam longo o caminho, revelando-se inadmissível a supressão, pelo magistrado, de fases ou procedimentos constantes do Direito posto. A atuação do Juiz, no que lida com a coisa alheia, e o faz com supremacia, fica sempre vinculada à lei.

A vocês, estimados bacharéis, caberá a análise crítica da realidade, gerando as modificações essenciais nos mais diversos aspectos da seara jurídica. Para tanto, contam com o instrumental necessário: conhecimento, qualificação, força de vontade, juventude, destemor, esperança. Que não lhes faltem os valores que constituem o cimento de obra que se pretende seja sólida: ética, moral, trabalho, competência e boa-fé. Estejam a serviço do bem comum e da Justiça. Não desistam ante as dificuldades, não temam a dor do cansaço, não recuem diante de covardes ameaças.

Despeço-me, desejando que a alegria hoje reinante represente o prenúncio de exitosas carreiras, assentadas no cuidado com a coisa pública, no compromisso pela redução das desigualdades sociais e na observância ao Direito como instituição, ciência e valor.

Sejam felizes!

Muito obrigado.

sábado, 24 de setembro de 2011

Valter Pomar: O debate sobre o socialismo

Valter Pomar: O debate sobre o socialismo: Desde segunda 19 de setembro e até sábado 24 de setembro, uma delegação do Partido dos Trabalhadores está visitando a China. A delegação é e...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

2ª Turma para o I Curso de Inverno em Criminologia do CARLF


As inscrições para a primeira turma do Curso de Criminologia estão encerradas.
Devido à alta procura entre alunos e profissionais, abrimos uma nova turma.
Que será ministrado entre os dias 26, 27 e 28 de Julho.

Trata-se de um curso que enfoca os aspectos mais críticos e fundamentais da criminologia, a exemplo das teorias da criminologia, das interfaces da disciplina com o direito e dos crimes de colarinho branco - tudo partindo de uma abordagem atualizada e didática. Vale observar que segue também em anexo a ementa do curso e demais informações.
O ministrante é um ex-aluno da UFES, hoje pesquisador pela Faculdade de Direito da USP, onde está em fase de conclusão de seu mestrado em criminologia. Quanto ao professor, importa registrar que no Simpósio de Direito Penal promovido pela UFES no ano de 2010 (evento que contou com palestrantes de todo o Brasil) o ministrante teve participação de destaque, obtendo grande acolhida dos presentes.

O valor do curso será de R$ 60 (alunos da UFES) e R$ 70 (demais interessados).
Em relação à forma de inscrição.
Os alunos e profissionais devem entrar em contato com CARLF (carlf.ufes@gmail.com), ou, Jacimar 99177208.

Pedimos, respeitosamente, que divulguem o curso que estamos promovendo para os alunos e profissionais de suas instituições.

Será uma honra recebê-los na Universidade Federal do Espírito Santo.

Nossos sinceros protestos de estima e consideração.

Jacimar Bom-Fim
Coordenadora Geral do CARLF
02799177208

domingo, 5 de junho de 2011

Esclarecimento sobre os protesto em Vitória - ES

Melhor que nada
sábado, 4 de junho de 2011 - Esclarecimentos sobre os recentes protestos em Vitória, Espírito Santo

Por Matheus Boni Bittencourt
Não posso falar em nome de todos os manifestantes, pois, em uma ação coletiva massiva, é impossível que não existam divergências entre os participantes. Posso, no entanto, falar daquilo que vivenciei, com o que amigos e camaradas vivenciaram, e confrontar com aquilo que a mídia capixaba vem divulgando. O jornal A Tribuna publicou a manchete, "Baderna complica a vida de mais de um milhão"; já A Gazeta anunciou que "Eles querem passe livre... mas não deixam a cidade passar"; o Notícia Agora anunciou, mais simplesmente: "Sem controle". Nos subtítulos das manchetes, acusavam o movimento estudantil de paralisar a cidade (ou apenas o trânsito), depredar o patrimônio público e provocar o "caos" e o "confronto" com a polícia. Sobre o objetivo do movimento, os jornais apenas falavam de "passe-livre", ou seja, acusavam os estudantes de lutarem para andar de graça nos ônibus. Falavam, também, da prisão de "mais de 20" estudantes, o que, além de um dado impreciso, não esclarece qual teria sido o motivo da prisão.

Nada foi dito, porém, à respeito dos objetivos reais do movimento, nem sobre a política do governo estadual para o transporte coletivo, para não falar da descrição tendenciosa do "confronto" entre o Batalhão de Missões Especiais e a cavalaria da Polícia Militar, salpicada de calúnias contra os manifestantes. O objetivo mais imediato do movimento é a redução da passagem de ônibus, que teve um aumento de 15% no início deste ano, por decisão do governador, e demonstrar repúdio contra o uso da polícia militar pelo governo estadual, que, além de reprimir e criminalizar os movimentos sociais despejou com uma crueldade e truculência surpreendente, centenas de famílias de um acentamento precário em que viviam, provocando a morte de uma pessoa e deixando estas famílias sem abrigo, e mesmo sem os seus móveis, pois a polícia não lhes deu tempo sequer para retirar os seus bens de dentro da sua casa.

No protesto desta quinta-feira, 2 de junho de 2011, os estudantes fecharam os dois lados da rua em frente ao Palácio Anchieta, e exigiram, ao longo de horas, que o governo estadual abrisse o diálogo e o atendimento às reivindicações de redução do preço e melhora dos serviços de transporte coletivo. O governador manteve-se intransigente: não dialogou, não negociou e não cedeu um milímetro. Por fim, ordenou que o BME e a cavalaria da polícia militar reprimissem o protesto com balas de borracha, bombas de "efeito moral" e gás lacrimogêneo. Centenas de policiais armados foram mobilizados para atacar dezenas de manifestantes. Em uma reação irrefletida, alguns manifestantes atiraram pedras contra a polícia. Isso, de manhã. Durante a tarde, houve outro protesto, em frente à UFES. Novamente, a atitude do governo foi a repressão. O mais grave, porém, é que os policiais continuaram atirando e perseguindo os manifestantes mesmo depois de dispersá-los. Chegaram a atirar com bombas e balas de borracha dentro da universidade, e prenderam 27 pessoas (entre os quais um vendedor ambulante que casualmente estava no local, e um jornalista que observava o acontecimento), ambas ações ilegais que configuram Abuso de Autoridade. Os presos foram acusados de "desacato à autoridade", e só foram soltos gráças à intervênção de advogados do movimento de direitos humanos. O próprio secretário de segurança apareceu na delegacia, não se sabe com qual propósito. Além das prisões ilegais, vários manifestantes ficaram feridos.

A imprensa governista, é claro, não mostrou o ponto de vista dos manifestantes. Apesar da retórica de falsa neutralidade, típica do jornalismo mercenário, apresentou, claramente, a versão contada pelo governo estadual, manipulando os fatos para tentar atiçar os leitores contra o movimento, apresentado como "baderna", mostrando a repressão como se fosse um "confronto", e escondendo os objetivos do movimento. Poucos exemplos de manipulação midiática à serviço de mentiras oficiais me pareceram tão claros.

No dia seguinte, o movimento ganhou força. Desta vez não foram dezenas, mas no mínimo mil, talvez dois mil, manifestantes que saíram às ruas contra o autoritarismo e a política de transporte do governo estadual e por um transporte público de qualidade e com um preço justo para todos os seus usuários.

De imediato, é necessário reduzir o preço da passagem e obrigar a empresa de ônibus a aumentar a frota. É necessário também acabar com a atitude autoritária do governo em relação aos pobres e aos movimentos sociais. Porém, o problema do transporte coletivo é o mesmo que o de outros serviços públicos (saúde, educação, previdência, etc.): a sua privatização e monopolização, e a associação oculta dos seus proprietários privados a grupos políticos poderosos. O transporte coletivo em todo o Brasil é uma concessão pública a ser explorada por empresas privadas. Por meio de um obscuro jogo de interesses, estes empresários e políticos conseguem socializar os custos necessários aos seus superlucros privados, aumentando o preço, reduzindo a frota, e reprimindo os meios de transporte coletivo alternativos. Como o uso do transporte coletivo vai se tornando dispendioso, em termos de tempo e dinheiro, muitos preferem o carro pessoal, e o resultado é visível nos engarrafamentos constantes, agravados ainda mais pelas obras inacabadas que bloqueiam partes das ruas da cidade. Vitória é uma ilha e já teve um sistema de transporte coletivo marítimo. Por que ele acabou? Por que as vãs que realizavam transporte foram reprimidas de modo tão obsessivo, ao invéz de serem simplesmente regulamentadas? Tudo indica que há uma "máfia do transporte", que associa o monopólio privado aos governo estadual. A única solução seria a desapropriação das empresas privadas de transporte coletivo, e estabelecimento de uma empresa pública estadual com monopólio sobre o serviço de transporte coletivo, tanto urbano quanto marítimo. Algumas pessoas do movimento concordam comigo. É improvável que todos concordem. Porém, creio que esta é a única solução de longo prazo para este problema, solução que não se pode esperar da mafiocracia que governa o Espírito Santo há 9 anos.

Publicado por Matheus Boni Bittencourt

Protesto em Vitória - E a violência promovida pelo Governador Casagrande.

Por Tássio Ventorin


Nota de esclarecimento sobre minha prisão – Tássio Ventorin

Como todos devem saber, na quinta-feira (2 de junho) eu fui detido pelo BME durante uma manifestação pacífica contra o aumento da tarifa e contra a violência policial (1) por volta das 19:30 na Av. Cesar Hilal em Vitória.

Assim como nos outros casos de prisão, a ação da polícia foi extremamente truculenta e injustificável. Ao todo foram 27 presos, sendo em sua maioria estudantes. Havia também um jornalista, um servidor público da UFES, um vendedor de pastel, um trabalhador da Empreitera Odebrecht e um adolescente trabalhador. O que ocorreu foi mais do que lamentável, foi repugnante: a repressão e os ataques da polícia foram uma afronta à vida dos cidadãos e contra o direito constitucional de se manifestar.(2) Tais ações não dizem respeito apenas às práticas facistas dos policiais mas também à uma política de segurança pública desse governo. Vide o caso da Barra do Riacho em Aracruz. (3)

Apesar de estar elaborando ainda o que aconteceu, posso-lhes falar que o que aconteceu, não apenas comigo, foi uma injustiça brutal. Não sei, inclusive, se posso falar se fui preso ou detido, pois eu fui sequestrado pela força policial do estado. Para contextualizar, minha prisão se deu na seguinte sequência de acontecimentos:

1) o BME atacou os estudantes com bombas na Avenida que leva a terceira ponte e dispersou a multidão (1)

2) A multidão se juntou novamente e decidiu fazer uma assembléia na Av. Cesar Hilal, longe do comboio da polícia.

3) Em um determinado momento da assembléia, foi desencadeado um tumulto e um corre-corre pois um P2 (policial infiltrado) sacou a arma e apontou para uma pessoa. O P2 se dirigiu em direção ao comboio da polícia e eles resolveram avançar rumo à multidão.

4) Após relativa calma, resolvi sair do posto de combustível que estava e fui caminhando em direção aos policiais que já tinham dispersado boa parte dos manifestantes. (sempre com a camera na mão).

5) Em um determinado momento do caminho me deparei com pessoas deitadas no chão em frente de um prédio. Por estarem fora da aglomeração pensei que não haveria problemas em filmar e além de tudo havia imprensa no local. Ledo engano!

Quando me aproximei com a filmadora em mãos logo veio uma policial me abordando: http://www.youtube.com/watch?v=c7_eWWx7Zjo&feature=relatedNa sequencia disso, ela declarou que estava preso. Simplesmente isso.

Assim como os outros colegas fui entao deitado no chão de bruços e com os braços para tras; não fui algemado como os outros pois eles não possuiam mais algemas. Fiquei então uns 5 minutos nessa posição e fomos conduzidos até o camburão. No camburão, ficamos esperando por uns 30 minutos, sendo que boa parte do tempo sofrendo pressões psicológicas do policial. Na gaiola que fiquei estava apenas eu e mais um adolescente, entretanto nos outros haviam 4, 3 pesssoas. Eu e mais uma pessoa já foi extremamente apertado nem imagino com quatro pessoas. Cômico foi o policial falar em “Direitos Humanos Internacionais” naquela situação toda.

Fomos conduzidos até o BME e lá fizeram nossos cadastros, obtendo nossos dados. Após um tempo prolongado, nos colocaram num ônibus e nos conduziram até o DPJ. No DPJ apesar da presença da imprensa, Ministério Público, Comissão de Direitos Humanos, Sindicato dos Advogados, OAB, procuradores e muitos advogados não houve por parte do delegado uma avaliação sensata do nosso caso. Essa entrevista com a advogada da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos advogados explica muito bem o que aconteceu:(http://www.eshoje.com.br/portal/leitura-noticia,inoticia,12772,estudantes_presos_pelo_bme_nao_tiveram__direitos_respeitados_no_dpj_de_vitoria.aspx)No final das contas, fui o ultimo a ser libertado e já era 6:30 da manhã. O tempo total desde quando fui detido chegou quase a 12 horas, meio dia. Um absurdo.

Por fim gostaria de pontuar três coisas:

1) A atitude do promotor Saint’Clair de permanecer detido junto com a gente até o ultimo sair foi muito corajosa e muito importante para que o processo caminhasse. Vale frisar também o apoio dos advogados e comissão de direitos humanos.

2) Gostaria de agradecer o apoio e a preocupação de muitos amigos, professoras, pais e familiares.

3) Repudio veemente a cobertura que a imprensa capixaba tem dado ao que tem acontecido. Todos os esforços da imprensa estão voltados para deslegitimar o movimento que é fundamental para que haja um transporte público acessível e de qualidade e de uma sociedade sem violência. A imprensa minimiza a violência da polícia, maximiza desvios de alguns manifestantes, desconsidera fatos e distorce outros. Total desserviço! (5)

É isso. A luta continua!

Saudações



Tássio Jubini Ventorin

Psicologia (Ufes)

Calpsi (Centro Acadêmico Livre de Psicologia)

(1) Esses vídeos comprovam que a manifestação era pacífica e mostra o primeiro ataque covarde do BME, jogando bombas de pimenta

http://www.youtube.com/watch?v=WEi3n-G8NPo&feature=player_embedded

O desespero tomou conta de todos:

http://www.youtube.com/watch?v=IFHDBtKWlU4&feature=player_embedded

(2) Vídeo da Record que mostra um pouco da ação da polícia. http://www.youtube.com/watch?v=ZV2LGwG7ZHo

(3) Operação para desocupara área em Aracruz/ES

http://www.youtube.com/watch?v=DQ7gM8rpzxU&feature=related

(4) Novos ataques do BME

http://www.youtube.com/watch?v=P4sWAovF550&feature=player_embedded

(5) Esclarecimentos sobre os recentes protestos em Vitória, Espírito Santo

http://correiodobrasil.com.br/esclarecimentos-sobre-os-recentes-protestos-em-vitoria-espirito-santo/249905/


Links importantes:

1 - Com a pistola na cara: Eu, baderneiro, confesso minha culpa, meu pecado

http://seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=11422

2- Agressão policial

http://www.youtube.com/watch?v=eEK_g3M-2XA

3- DCE Ufes

http://dceufes.wordpress.com/2011/06/04/fomos-grandes/

4- Ação na Ufes

http://www.youtube.com/watch?v=fBqR4arcwXc&feature=player_embedded

5 - Nota de esclarecimentos sobre recentes protestos em Vitória

http://correiodobrasil.com.br/esclarecimentos-sobre-os-recentes-protestos-em-vitoria-espirito-santo/249905/?sms_ss=twitter&at_xt=4deaec6c1979cd38,0

6 – Protesto em Vitória

http://protestoemvitoria.blogspot.com/

sábado, 30 de abril de 2011

Caros Amigos debate papel da mídia

Copiado do Blog do Miro.
Reproduzo matéria de André Cintra, publicada no sítio Vermelho:

Com um debate no Tucarena, em São Paulo, sobre “Os Desafios para a Democratização da Mídia”, a revista Caros Amigos celebrou, nesta quinta-feira (28), seus 14 Anos de circulação. A atividade contou com a presença do presidente da Telebrás, Rogério Santana, e com jornalistas e ativistas da mídia alternativa.

“Não há como ter mundo mais democrático sem imprensa mais democrática”, sintetizou Santana. Segundo ele, a comunicação se tornou mais acessível nas últimas décadas, com o advento do computador pessoal, do telefone celular e da internet —elementos que “afetam a hegemonia da mídia tradicional”.

É preciso, no entanto, investir num plano ousado para expandir e massificar a banda larga no Brasil, dando acesso a todos os brasileiros. A dificuldade é dobrar a força das chamadas teles. “Hoje, 95% da banda larga está na mão de cinco empresas, que investem apenas nas regiões centrais, mais lucrativas.”

Declarando-se “otimista”, Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, afirmou que, na luta para democratizar os grandes meios de comunicação, “há uma avanço que, embora lento, é gradual”. Exemplos de conquistas são a Conferência Nacional de Comunicação (2009), o Plano Nacional de Banda Larga (2010) e a recém-criada Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação.

“Somente nesta semana, houve atos em cinco estados pela expansão pública da banda larga e o direito à inclusão digital”, agregou Altamiro. Porém, a presidente Dilma Rousseff se revela, até aqui, “pouco ousada no processo de mudanças” estruturais. “O governo Lula apostou em mudanças sem rupturas. Os movimentos sociais têm de aumentar a pressão se quiserem uma efetiva democratização da mídia.”

Para Bia Barbosa, do Coletivo Intervozes, o oligopólio da grande mídia é outro entrave a ser superado. “A liberdade de expressão que existe para nós é uma liberdade limitada, fora da esfera pública midiática. Oito ou nove famílias têm um poder consolidado. É preciso desprivatizar esse poder.”

Hamilton de Souza, da PUC-SP e da Caros Amigos, sustentou que “a imprensa no Brasil é um instrumento de dominação de classe” — mas “as frentes de lutas têm aumentado”. Há iniciativas que ganham impulso, como “a crítica da mídia burguesa”, “a luta pela regulação e estabelecimentos de direitos”, além do “fortalecimento da comunicação contra-hegemônica”.

Em contrapartida, Raimundo Pereira, da Retrato do Brasil, lamentou a falta de fortes imprensas partidária e popular no país. “A mídia alternativa não debate seu programa hoje”, apontou. A seu ver, o governo Lula pouco fez para mudar esse cenário de concentração midiática. “Ao menos abriu uma janela de publicidade oficial.”

O debate “Os desafios para a democratização da mídia” teve o apoio da PUC-SP e o patrocínio da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Postado por Miro
http://altamiroborges.blogspot.com/2011/04/caros-amigos-debate-papel-da-midia.html

quinta-feira, 24 de março de 2011

XI SEMANA JURÍDICA DO CARLF - UFES


LOCAL: AUDITÓRIO MANUEL VEREZA - UFES

COM A PRESENÇA DE:
JUAREZ CIRINO, LÉDIO ROSA ANDRADE, ADRIANA EIKO, ROBERTO EFREM, DEISY VENTURA, RICARLOS ALMAGRO, NARA MACHADO, SEBASTIÃO RIBEIRO, ANTÔNIO JOSÉ MATTOS, GEOVANY JEVEAUX, JÚLIO POMPEU, DAURY FRABRIZ, CLEANTO GUIMARÃES, FENANDO BRAVIN, JOSÉ ALEXANDRE BUAIZ E MUITOS OUTROS. VENHA CONFERIR!

domingo, 13 de março de 2011

Hoje Estou de Luto!

Hoje recebi uma triste notícia!

O ex-deputado de Rondônia Eduardo Valverde morreu.


O ex-deputado Federal de Rondônia, Eduardo Valverde, foi assassinado, apesar de nenhuma autoridade afirmar isso. Disseram-me que foi um acidente. Não acredito! Para mim foi mais um crime, muito bem planejado. Sabe, por quê eu digo isso?! Tinha uma carreta ao seu lado e outra vindo em sua direção. Será que foi uma fatalidade mesmo?! Será que não havia numa outra alternativa?! Nenhuma possibilidade sobrevivência? Gostaria de saber. 

Um Deputado que lutava, entre outras coisas, pelas causas sociais, pela erradicação do trabalho escravo e contra a exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Em um lugar que estas questões são intocáveis, pois aqueles que deveriam ser contra, são os que praticam.
O trabalho escravo é uma das práticas mais utilizada pelos ruralistas, quantas, são as fazendas, em que os trabalhadores vão numa perspectiva de ser a “mina de ouro”, no entanto, quando chegam lá, é que vão conhecer o que de fato, os esperam.

São muitas as coincidências, que me fazem acreditar que isto foi um assassinato.
Primeira: é ser um militante contra o crime organizado, um político atuante e presente.
Segundo: iria ocupar um cargo em um dos ministérios do governo de Dilma.
Terceiro: ele seria um dos concorrentes fortíssimas ao governo do estado.
Para mim, isso não passa de mais uma eliminação, daqueles, que mesmo que em vão, decide lutar contra o crime organizado.

Ele se junta a tantos outros que daqui foram expulsos, porque lutavam por uma sociedade melhor.

Pode até ter sido uma fatalidade, mas eu não acredito!

Veja aqui as fotos do acidente:
http://www.comando190.com.br/pagina_noticia.asp?id=525

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Desigualdade social e renda injusta

Entre os 15 países mais desiguais do mundo, 10 se encontram na América Latina e Caribe

18/02/2011

Por Frei Betto


Entre os 15 países mais desiguais do mundo, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Atenção: não confundir desigualdade com pobreza. Desigualdade resulta da

distribuição desproporcional da renda entre a população.

O mais desigual é a Bolívia, seguida de Camarões, Madagascar, África do Sul, Haiti, Tailândia, Brasil (7º lugar), Equador, Uganda, Colômbia, Paraguai, Honduras, Panamá, Chile e Guatemala.

A ONU reconhece que, nos últimos anos, houve redução da desigualdade no Brasil. Em nosso continente, os países com menos desigualdade social são Costa Rica,

Argentina, Venezuela e Uruguai.

Na América Latina, a renda é demasiadamente concentrada em mãos de uma minoria da população, os mais ricos. São apontadas como principais causas a falta de

acesso da população a serviços básicos, como transporte e saúde; os salários baixos; a estrutura fiscal injusta (os mais pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos que os mais ricos); e a precariedade do sistema educacional.


No Brasil, o nível de escolaridade dos pais influencia em 55% o nível educacional a ser atingido pelos filhos. Numa casa sem livros, por exemplo, o hábito de leitura dos filhos tende a ser inferior ao da família que possui biblioteca.

Na América Latina, a desigualdade é agravada pelas discriminações racial e sexual. Mulheres negras e indígenas são, em geral, mais pobres. O número de pessoas obrigadas a sobreviver com menos de um dólar por dia é duas vezes maior entre a população indígena e negra, comparada à branca. E as mulheres recebem menor salário que os homens ao desempenhar o mesmo tipo de trabalho, além de trabalharem mais horas e se dedicarem mais à economia informal.

Graças à ascensão de governos democráticos-populares, nos últimos anos o gasto público com políticas sociais atingiu, em geral, 5% do PIB dos 18 países do

continente. De 2001 a 2007, o gasto social por habitante aumentou 30%.

Hoje, no Brasil, 20% da rendas das famílias provêm de programas de transferência de renda do poder público, como aposentadorias, Bolsa Família e assistência

social. Segundo o IPEA, em 1988 essas transferências representavam 8,1% da renda familiar per capita. De lá para cá, graças aos programas sociais do governo,

21,8 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema.

Essa política de transferência de renda tem compensado as perdas sofridas pela população nas décadas de 1980-1990, quando os salários foram deteriorados pela

inflação e o desemprego. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam recursos governamentais. Em 2008, o índice subiu para 58,3%.

A transferência de recursos do governo à população não ocorre apenas nos estados mais pobres. O Rio de Janeiro ocupa o quarto lugar entre os beneficiários (25,5%

das famílias), antecedido por Piauí (31,2%), Paraíba (27,5%) e Pernambuco (25,7%). Isso se explica pelo fato de o estado fluminense abrigar um grande número de idosos, superior à media nacional, e que dependem de aposentadorias pagas pelos cofres públicos.


Hoje, em todo o Brasil, 82 milhões de pessoas recebem aposentadorias do poder público. Aparentemente, o Brasil é verdadeira mãe para os aposentados. Só na

aparência. A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE demonstra que, para os servidores públicos mais ricos (com renda mensal familiar superior a R$ 10.375),

as aposentadorias representam 9% dos ganhos mensais. Para as famílias mais pobres, com renda de até R$ 830, o peso de aposentadorias e pensões da

previdência pública é de apenas 0,9%.

No caso do INSS, as aposentadorias e pensões representam 15,5% dos rendimentos totais de famílias que recebem, por mês, até R$ 830. Três vezes mais que o grupo

dos mais ricos (ganhos acima de R$ 10.375), cuja participação é de 5%.



O vilão do sistema previdenciário brasileiro encontra-se no que é pago a servidores públicos, em especial do Judiciário, do Legislativo e das Forças Armadas, cujos militares de alta patente ainda gozam do absurdo privilégio de poder transferir, como herança, o benefício a filhas solteiras.

Para Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, no Brasil "o Estado joga dinheiro pelo helicóptero. Mas na hora de abrir as portas para os pobres, joga moedas. Na hora de abrir as portas para os ricos, joga notas de cem reais. É quase uma bolsa para as classes A e B, que têm 18,9% de suas rendas vindo das aposentadorias. O pobre que precisa é que deveria receber mais do governo. Pelo atual sistema previdenciário, replicamos a desigualdade."

A esperança é que a presidente Dilma Rousseff promova reformas estruturais, incluída a da Previdência, desonerando 80% da população (os mais pobres) e onerando os 20% mais ricos, que concentram em suas mãos cerca de 65% da riqueza nacional.


http://www.brasildefato.com.br/node/5725

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Manifesto dos juristas pela soltura imediata de *Cesare Battisti*

25 JANEIRO 2011 (BR)
*Manifesto pelo fim imediato da prisão insustentável e inconstitucional de

Cesare Battisti*



Os cidadãos abaixo assinados expressam total inconformidade com a decisão do

ministro Cézar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, de manter

preso o cidadão italiano Cesare Battisti e instam pela sua soltura imediata

e inadiável, por ser de justiça. A situação atual constitui profundo

desprezo *a) *à decisão do presidente da república pela não-extradição, *b)

*ao estado democrático de direito e, sobretudo, *c) *à dignidade da pessoa

humana. Imprescindível, portanto, virmos a público manifestar:


*1.* No dia 31 de dezembro de 2010, o presidente da república decidiu negar

o pedido de extradição de Cesare Battisti, formulado pela Itália. A

legalidade e legitimidade dessa decisão são inatacáveis. O presidente

exerceu as suas competências constitucionais como chefe de estado. A

fundamentação contemplou disposições do tratado assinado por Brasil e

Itália, em especial o seu Art. 3º, alínea *f*, que obsta a extradição para

quem possa ter a situação agravada se devolvido ao país suplicante, por

“motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política,

condição social ou pessoal”.


*2. *O presidente da república assumiu como razões de decidir o detalhado e

consistente parecer da Advocacia-Geral da União, de n.º AGU/AG-17/2010. A

decisão do presidente também condiz com os sólidos argumentos de cartas

públicas e manifestos firmemente contrários à extradição, assinados por

juristas do quilate de Dalmo de Abreu Dallari, Bandeira de Mello, Nilo

Batista, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides e Juarez Tavares, entre

outros. A decisão também confirmou o refúgio concedido a Cesare Battisti

pelo governo brasileiro, em janeiro de 2009, pelo então ministro da justiça

Tarso Genro, que da mesma forma admitira o status de perseguido político

dele.


*3. *Vale lembrar que o STF, em acórdão de dezembro de 2009, confirmado em

abril de 2010, reafirmou (por cinco votos contra quatro) que a palavra final

no processo de extradição cabe exclusivamente ao presidente da república – o

que já constituía praxe na tradição constitucional brasileira e no direito

comparado. Na ocasião, o ministro Marco Aurélio de Mello (um dos votos

vencidos) fez uma observação cristalina: o extraditando está preso enquanto

se decide sobre sua extradição.


*4. *Em conseqüência, Cesare Battisti permaneceu preso aguardando o

posicionamento do presidente da república. Nesse ínterim, o governo italiano

encabeçado pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi utilizou de intimidações

jactantes e declarações despeitadas para pressionar as autoridades

brasileiras e fazer de Battisti uma espécie de espetáculo circense, para

salvar o seu governo da crise interna que notoriamente atravessa.


*5. *Causou perplexidade e repúdio, portanto, quando, tendo conhecimento da

decisão do presidente da república, o ministro Cézar Peluso, presidente do

STF, negou a soltura de Cesare Battisti. O Art. 93, inciso XII, da

Constituição determina que “a atividade jurisdicional será ininterrupta” e o

faz, precisamente, para contemplar casos de emergência, em que direitos

fundamentais estejam ameaçados. Ora, o magistrado investido da jurisdição

dispunha, em 6 de janeiro, de todos os elementos factuais e jurídicos para

decidir sobre o caso. Porém, resolveu não agir, diferindo a decisão para

(pelo menos) fevereiro, determinando nova apreciação pelo plenário da corte.

Tal adiamento serviu a novas manobras dos interessados na caça destemperada

a Battisti, num assunto que, de direito, já foi decidido pela última

instância: o presidente da república.


*6. *A decisão em sede monocrática do ministro Cézar Peluso afronta

acintosamente o conteúdo do ato competente do presidente da república. Se,

como pretende o presidente do STF, o plenário reapreciará a matéria, isto

significa que o presidente da república não deu a palavra final. Ou seja, o

ministro Cézar Peluso descumpriu não somente a decisão definitiva do Poder

Executivo, como também os acórdãos de seu tribunal, esvaziando-os de

eficácia. Em outras palavras, um único juiz, voto vencido nos acórdões em

pauta, desafiou tanto o Poder Executivo quanto o Poder Judiciário. O

presidente do STF não pode transformar a sua posição pessoal em posição do

tribunal. Não lhe pode usurpar a autoridade, já exercida quando o plenário

ratificara a competência presidencial sobre a extradição.


*7. *A continuidade da prisão de Cesare Battisti tornou-se uma abominação

jurídica. Negada a extradição, a privação da liberdade do cidadão ficou

absolutamente sem fundamento. A liberdade é regra e não exceção. A

autoridade judicial deve decretar a soltura, de ofício e imediatamente, como

prescreve o Art. 5º, inciso LXI, da Constituição. Cesare está recluso no

presídio da Papuda, em Brasília, desde 2007. Mantê-lo encarcerado sem

fundamento, depois de todo o rosário processual a que foi submetido nos

últimos três anos, com sua carga de pressão psicológica, consiste em extremo

desprezo de seus direitos fundamentais. Significa ser cúmplice com uma

prisão arbitrária e injustificada, absolutamente vergonhosa para o país, em

indefensável violação ao Art. IX da Declaração Universal dos Direitos

Humanos de 1948, dentre inúmeros tratados e documentos internacionais de que

o Brasil é signatário.


Manifestamos a total inconformidade diante da manutenção da prisão de Cesare

Battisti, mal escorada numa sucessão incoerente de argumentos e decisões

judiciais, que culminou no ato ilegal e inconstitucional do ministro Cézar

Peluso, ao retornar o caso mais uma vez ao plenário do STF.

Por todo o exposto, reclamamos pela liberdade imediata de Cesare Battisti,

fazendo valer a decisão competente do presidente da república em 31 de

dezembro de 2010.

Rio de Janeiro, 14 de Janeiro de 2011.



*Assinam:*


1) Marcelo D. Torelly - Professor do Curso de Direito da Universidade
Católica de Brasília
2) Jose Ribas Vieira, professor do PPGD da UFRJ e UFF
3) Nilo Batista – Advogado e Professor da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro
4) Carlos Bruno Ferreira da Silva - Procurador da República no estado do
Espírito Santo
5) Alexandre Fabiano Mendes – Defensor Público do Estado do Rio de Janeiro
6) José Carlos Moreira da Silva Filho - Professor no Programa de
Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUC-RS
7) Eduardo Rabenhorst Diretor e Professor do Centro de Ciências Jurídicas da
UFPB
8) Juvelino Strozake - Advogado
9) Francisco de Guimaraens – Jurista Professor Universitário
10) Gisele Cittadino – Jurista Professora universitária
11) Fábio Carvalho Leite – Jurista Professor universitário
12) Gustavo Sénéchal de Gofredo – Jurista Professor universitário
13) Ronaldo Cramer - Advogado
14) Mauro Abdon - Advogado
15) Marcello Oliveira - Advogado
16) Alexandre Freitas de Albuquerque - Advogado
17) Vanessa Santos do Canto - Advogada; professora UNIRIO.
18) André Barros - Advogado - Rio de Janeiro

19) Alberto Schprejer - Editor - Rio de Janeiro

20) Christine Rondon Teixeira

21) André Luiz Machado (Juiz do Trabalho do TRT da 6ª Região)

22) CAROL PRONER, coordenadora do mestrado em Direitos Fundamentais e

Democracia (UNIBRASIL-Curitiba) e co-diretora do master-doutorado em

Derechos Humanos (Universidad Pablo de Olavide - SEVILLA)

23) WILSON RAMOS FILHO, professor de direito na UFPR e no master-doutorado

em Derechos Humanos, Interculturalidade y Desarollo (Universidad Pablo de

Olavide - SEVILLA).

24) Naiane Pancinha Godolphim

26) Deisy Ventura – Professora de Direito Internacional do IRI/USP

27) M. Fernanda M. Seibel – advogada (RS)

28) ) Giane Alvares Ambrósio Alvares, advogada, SP, RG 22595159-9

29 ) Fabricio toledo de souza, advogado,

30) Wadih Damous – advogado – Presidente OAB/RJ

31) Adriana Vidal - professora universitária

32) Alexandre Mendes - professor universitário - UFRRJ
 
Grupo Brasil e Desenvolvimento
http://www.brasiledesenvolvimento.wordpress.com/

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Eleições de juízes na Bolíva

Na Bolívia, juiz constitucional é escolhido pelo povo

Por Ludmila Santos

A Bolívia se prepara para instituir eleições nacionais inéditas no país.
Entre junho e setembro deste ano, juízes de todos os Tribunais de Justiça e
da Corte Constitucional serão escolhidos diretamente pelo voto popular. A
medida foi possível graças à revisão na Constituição boliviana, reformulada
com a eleição do presidente Evo Morales. A intenção é que a designação dos
magistrados fique sob controle da cidadania, com o objetivo de garantir a
independência política na hora da escolha dos juízes, de acordo com o
presidente do Tribunal Constitucional da Bolívia, Juan Lanchipa Ponce.

"A população quer a absoluta independência nas cortes e se ver representada

de maneira efetiva, inclusive na esfera judicial", afirmou Ponce, que falou
sobre a novidade na II Conferência Mundial de Cortes Constitucionais,
realizada no Rio de Janeiro. A nova Constituição, segundo o ministro,
representa a reação popular aos anos de opressão política e social no país,
marcado por conflitos com países vizinhos e tensões internas.
De acordo com o artigo 199 da nova Constituição da Bolívia, estão
qualificados para compor o Tribunal Constitucional pessoas com 35 anos ou
mais e que tenham conhecimento especializado ou experiência comprovada de
pelo menos oito anos nas disciplinas de Direito Constitucional e
Administrativo e de Direitos Humanos. Os candidatos serão propostos por
organizações da sociedade civil, inclusive as indígenas e camponesas, e
pré-selecionados pelo Congresso. A lista será submetida a votação popular.
A novidade jurídica boliviana vem acompanhada de uma invenção política:
eleições sem propaganda. Para garantir a isenção política do pleito, o
porta-voz do Tribunal Constitucional, Ernesto Félix Mur, explicou que os
candidatos, e terceiros, estarão proibidos de fazer propaganda direta ou
indireta: "Apenas o tribunal poderá difundir os méritos de cada candidato".
O Tribunal Eleitoral ficará responsável pela organização das eleições de
juízes.
A Corte Constitucional será composta pelos sete mais votados. Garantido o
preenchimento das cotas para as mulheres (três vagas), e para indígenas ou
camponeses (duas vagas) restam duas vagas para a livre escolha de toda a
sociedade. Os que ficarem entre as posições 8ª e 14ª serão os suplentes. Os
sete que vierem em seguida serão os suplentes dos suplentes. Os juízes
ficarão no cargo por seis anos, sem direito a reeleição. A nova Constituição
foi aprovada em referendo constituinte em 6 de fevereiro de 2009.

 
"Vivemos um momento histórico muito importante, com uma Constituição
plurinacional, que prioriza a proteção coletiva, sem suprimir a proteção
individual", afirmou Félix Mur. A expectativa é que a posse dos novos
membros aconteça em outubro deste ano.

Opiniões contrárias

O novo sistema de designação de juízes é visto como um passo transcendental
por Félix Mur, pois prevê a representação da parcela indígena e camponesa da
população e vai garantir a independência do magistrado, já que não será
indicado por político, seja o presidente ou parlamentares. No entanto, a
medida é vista com ressalvas por outros juízes constitucionais.

 
O presidente do Tribunal Constitucional de Portugal, Rui Manuel Gens de
Moura Ramos (na foto ao lado), não é favorável à escolha do juiz
constitucional por voto popular, por se tratar de uma posição técnica.
"Entendo que o juiz deve preencher uma série de qualificações técnicas para
desempenhar as funções na Corte Constitucional. A via democrática não pode
ser usada para justificar a independência do juiz, pois a eleição envolve
questões políticas. E o juiz não pode depender do poder político", destacou.
Em Portugal, dez membros da corte são escolhidos pelo parlamento e três
pelos juízes do Tribunal Constitucional. O mandato é de nove anos, como
contou em entrevista concedida à ConJur e publicada no último domingo
(16/1).

O presidente da corte portuguesa foi gentil e preferiu relativizar suas
restrições à iniciativa boliviana: "Podemos observar que a adoção dos
critérios de designação de juízes, e a forma como eles exercem suas funções,
é ditada em cada país pelos caminhos históricos e culturais trilhados por
ele". Moura Ramos destacou ainda que apenas quando os juízes assumirem a
independência como valor é que as pessoas vão entender o seu papel na corte.
O excesso de democratização dos tribunais constitucionais pode representar
uma ingerência política na corte, de acordo com o vice-presidente da Corte
Constitucional do Equador, Edgar Zárate. Ele afirmou que os procedimentos
para escolha do juiz constitucional devem ser determinados pelos
dispositivos de legitimidade da Constituição do país. "A discussão
democrática é sempre positiva, mas, nesse caso, o povo nem sempre tem
conhecimento dos preceitos constitucionais. Ele vai fazer sua escolha de
acordo com a propaganda dos candidatos, pela simpatia. Acho que dessa
maneira se perdem muitas oportunidades de se escolher alguém que vá
respeitar os direitos constitucionais. Há ainda a possibilidade da corte
ficar politizada, o que esbarra em sua autonomia, em sua isenção."

Zárate explicou que, no Equador, os juízes constitucionais são escolhidos
por meio de concurso de mérito. O processo se inicia com a escolha dos
candidatos por dois delegados do Poder Executivo, dois do Legislativo e dois
de associações de controle social. Cada um deles escolhe nove candidatos. Os
27 indicados passam então por um concurso de mérito, do qual serão
selecionados nove. Eles permanecem no cargo por 12 anos.

 
As regras foram estabelecidas com a entrada em vigor da nova Constituição do
Equador, em 20 de outubro de 2008. A carta também estabeleceu a mudança da
Corte Suprema de Justiça para Corte Constitucional, que, além de assegurar
os direitos constitucionais, permite a revisão de sentenças da Justiça
ordinária.

Para a ministra Marisol Peña Torres, do Tribunal Constitucional do Chile, na
hipótese de o juiz ser eleito popularmente, ele pode se comprometer com o
setor político que o levou ao cargo. "O juiz constitucional deve obedecer
somente à Constituição. Não deve estar atrelado a poder nenhum." Ela
destacou que, com a reforma constitucional em 2005, a Carta Magna do Chile
garantiu a autonomia do Tribunal Constitucional, independente dos outros
poderes. Além disso, segundo Marisol, os juízes são regidos pelo "dever de
ingratidão", ou seja, ao decidir, não podem considerar os interesses
daqueles que lhes indicaram. "Esta é uma das formas de garantir a
independência da corte dos outros órgãos."

A corte chilena é composta por três membros indicados pelo presidente da
República, três indicados pela Corte Suprema, dois pelo Senado e dois pela
Câmara dos Deputados, com ratificação do Senado. Eles devem ter 15 anos de
exercício profissional, podendo ter se destacado em atividade pública ou
acadêmica. "O tribunal pode ser composto, por exemplo, por um
ex-parlamentar, um advogado de grande prestígio ou mesmo por um acadêmico."
 
De Jose Luiz Quadros de Magalhães